sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

A Fonte Nova no Dois de julho



Hoje se encerra mais um ano. É normal neste dia "rolarem" um monte de expectativas em relacao ao que nos espera o próximo. Pertence a tradicao ocidental e foi incorporada por outros povos. Aqui em Buenos Aires passaremos o ano em Puerto Madero, que concentrava o porto da cidade e agora local onde funcionam diversos restaurantes. Seu nome veio da principal avenida da área sendo o principal local de queima de fogos durante a comemoracao do ano novo junto com a Avenida Nueve de Julio. Pra arranjarmos um lugarzinho no restaurante La Parollaccia nos custou os "olhos da cara". Nem vou dizer quanto pois voces vao falar que estamos com dinheiro.

Bem, o assunto de hoje é sobre outra data, muito mais importante para a Bahia e o Brasil que o 31 de dezembro. Trata-se do Dois de julho. Ela porém, nao é ainda reconhecida pelos livros didáticos de história que fora do Brasil-Colônia só consideram os fatos ocorridos no Sudeste. Aí sao pródigos em ressaltar o grito dado por D.Pedro I em sete de setembro de 1822 como o momento decisivo da independencia de Portugal. Quanto a Bahia, o Pará e Maranhao/Piauí, onde se deram as verdadeiras batalhas poela independencia em 1823, nao consta quase nada.

Esta é uma versao manipuladora que vem sendo denunciada há muito tempo pelos historiadores que tem vergonha na cara. Afinal de contas a chamada guerra da independencia se garantiu a separacao do Brasil de Portugal, os brasileiros tiveram que continuar lutando até 1831 contra Dom Pedro I que queria as duas coroas pra sua família. Até ai agente jáconhece o nepotismo. Mas o pior mesmo foi continuar dependente, primeiro da Inglaterra e depois dos EUA e da divida externa.


                                Estátua de Maria Quitéria

O episódio do Dois de julho è lembrado até hoje na Bahia. É caso único! Nesta data desfilam todas as correntes políticas,instituicoes, escolas,sindicatos e outros segmentos organizados, cada um com suas reivindicacoes sob a bandeira do estado. Em memória dela seergueram diversos símbolos a exemplo do aeroporto que continuamos chamando assim mesmo que tenham mudado seu nome pra "puxar o saco" de um dos filhos de ACM. Coisas da Bahia!

Mas o Dois dejulho chegou também ao futebol. Levaram tempo porém, pra programar jogos neste dia. talvez tenham pensado que devia ficar restrito as manifestacoes, sei lá! O certo éque somente setenta anos apòs oinício do Campeonato baiano, em 1975, é que foram marcados jogos, e na Fonte Nova. Foi assim incluìdo no calendário do futebol. O primeirojogo foi Galícia 2 X 1 Ypiranga que já estava bem longe de ter a mesma importância do passado.


Só cinco anos depois a data seria honrada com uma boa rodada dupla onde o Vitória empataria com o Galícia em um gol, enquanto o Bahia ganharia do Ypiranga pelo escore mínimo. Nesse dia só nao foi celebrado o futebol que ficaria a dever. No próximo ano outra "homenagem", em uma rodada dupla onde Galícia e Serrano empatariam sem gols e o Catuense(Alagoínhas) derrotaria o Botafogo por um a zero.

Em 1987 se manteria o sistema de mandar a dupla BA-VI para o interior do estado e ocupar nossa principal praca esportiva neste dia com jogos, digamos ... menores: Botafogo X Itabuna e Galícia X Ypiranga. Os torcedores já haviam praticamente se acostumado com jogos ruins nesse dia e nao deu outra coisa, dois empates, sem gols o da preliminar, e, a um gol, o principal, do azulino contra o auri negro.


Em 1989, 166 anos após as lutas do Dois dejulho os dirigentes perderam excelente oportunidade de celebrarem nossa data magna. É que finais do turno cairam nesta época.Noentanto,estranhamente, nao houve jogos neste dia na Fonte Nova, gracas também a falta de sensibilidade da federacao em mandar o EC Bahia,o único clube da capital que havia se classificado para as finais do turno, para o interior.

Sobraria pro BA-VI fazer a redencao da nossa data magna na última vez que a Fonte Nova viu jogos no Dois de julho. Foi em 1995 quando o campeonato baiano completava noventa edicoes. Na preliminar jogaram(mais uma vez) Galícia X Ypiranga, e na principal nosso maior clássico. Dessa vez porém, nao houve empate pois os tricolores romperam com a tal "unidade da Bahia" ganhando por dois a um. Mas o Galícia équem se classificaria em primeiro lugar no grupo. Mesmo perdendo o EC Vitória não mais daria chances a ninguém ganhando todas as quatro fases e levando mais uma vez o campeonato na Era "Barradao".

- Agradeco as informacoes dos blogs Futipédia.globo.com, granadeiros azulinos e RSSSF Brasil. Sou grato também as imagens dos blogs defesabr.com, gjol.blogspot.com e portalcapoeira.com.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Ventilador e o A.I.- 5

               Costa e Silva lendo o ato com Delfim Neto atrás

Buenos Aires está pop! Quem pensar que por aqui só o tango prospera nao sabe o que está falando.É claro que este continua a ser o grande gênero musical dramático que tanto projetou a Argentina na cultura universal. Mas nesta semana assistimos de tudo. Um grupo de reggae(estilo Cidade Negra) e outro de rock nos jardins da Recoleta, bossa nova no barzinho La dama de Bollini e ontem o blues do clube de jazz Thelonius em Palermo.

No show de bossa nova nao nos seguramos! Afinal, 90 % das musicas tocadas foram brasileiras, e, destas, 70% da Bahia. Ai tive que me aproximar do palco pra dizer que éramos baianos. Naturalmente, os músicos nem "se tocaram"! Ontem acabamos chegando no hotel a uma da madruga acompanhados de um casal carioca simpático que conhecemos. Diga-se de passagem foram os primeiros deste estado que encontramos, junto com 2000 paulistas, um casal pernambucano, um cearense e um baiano.

Bem, mas vamos ao assunto de hoje, a Fonte Nova em dias do A.I.-5. Desculpem abordar um tema tao lúgubre nestas festas de fim do ano. Nao sei se todo mundo sabe o que significou este ato baixado pela ditadura militar no Brasil em doze de dezembro de 1968. Afinal de contas já se passaram 42 anos! Naquela ocasiao, além de suspender várias liberdades constitucionais e fechar a Câmara e o Senado por um ano, o ato permitiu a demissao de funcionários pùblicos e desmantelou diversas universidades e a comunidade científica do país levando estas anos para se recuperarem.


Foi um golpe dentro do golpe como dizem alguns. E foi preparado por uma série de acontecimentos, a exemplo da melhoria dos índices econômicos do país. Eu tinha completado vinte anos e pouca consciência tinha do que estava acontecendo. Poucos dias antes compareci a Fonte Nova pra ver o amistoso que o EC Vitória tinha acertado com o Leônico para promover a estreia de alguns jogadores e, entre eles, um novo centroavante, e com nome muito estranho: Ventilador.

Nestanoite havia bem pouca gente na FonteNova. O rubro negro nao vinha bem e os "reforcos" nao mereciam confianca. Ventilador acabou fazendo gols pelo Vitória (embora nao muitos) mas neste dia foi um horror! Mostrou dificuldade pra controlar a bola, pra dar passes, e até pra driblar os adversários.O Leônico saiu logo no início na frente com um gol do antigo rubro negro Matos e o leao da Barra passou o resto do jogo tentando empatar.

O técnico rubro negro (nao me lembro quem era na ocasiao) fez várias substituicoes tentando melhorar o ataque. Trocou o meia Salvador por Edson, o ponta esquerda Geraldo Simoes (nao é o deputado e ex-prefeito de Itabuna nao!) por Itamar, e, mais adiante, este por Jobson. Só ficaram o ponta direita Orlandinho e Ventilador(argh!). Este deve ter perdido uns 400 golsna partida. Chutava pra todo lado menos entre as traves. O jogo teve lances dignos de riso, todos envolvendo opobre do Ventilador. Em um deles conseguiu evitar que a bola entrasse. Em outro a bola bateu nele e sobrou para um beque do Leônico. Só nos salvamos aos 40 do segundo tempo gracas a Babá, que evitou que o Vitória perdesse mais uma partida.


Seis dias antes do dia D uma assemblèia da FBF aprovou a venda do estádio da Graca para uma empresa por 2,3 milhoes, colocando aquelas exigências pra enganar os bestas. O dinheiro seria aplicado na construcao de um novo estádio, haveria um hotel para as delegacoes e uma sede nova para a federacao. Só pra resumir até hoje esta vive de favor num prédio público na Praca Castro Alves!

Mais um dia e, enquanto o Bahia goleava o Náutico por quatro a um, a Comissao de Constituicao e Justica da Câmara dos Deputados daria licenca para o regime processar o deputado Marcio Moreira Alves, ocasiao em que o seu presidente renunciou! O Santos conquistava o "Robertao" ganhando do Vasco da Gama no Maracanâ por dois a um com gols de Toninho e Pelé no primeiro tempo, contra um de Bianchini no segundo.

Nao dá pra esquecer aquele dia, nem que eu quisesse! Na noite anterior comecaram a acontecer coisas estranhas. O Galícia deu de sete a um no Ypiranga pra apenas 229 pessoas na Fonte Nova. Será que nao saíram á rua com mêdo de alguma coisa? Mas nem nesno isto impediu a torcida do Vitória de ir a sede do clube no Edifício Themis na Praca da Sé pra ver a eleicao do seu candidato a presidente Albino Castro.

Eu nao fui, mas soube que foi um horror. A pelegada do conselho acabou aprovando por 17 X 6 o nome de Degrimaldo Miranda(!) para a funcao. Aí a torcida "deu a louca" rasgando carteiras de sócio, queimando bandeiras e ameacando boicotar os jogos do clube. Poucas horas depois veio o castigo daquela inconsequência, mas pra toda a populacao brasileira. Vimos Costa e Silva, Jarbas Passarinho e Cia ler o A.I.-5 pela televisao.

Um dia depois o Diário de Notícias dava manchete de primeira pàgina:

Governo baixa ato institucional e pôe em recesso Câmara e Senado


A forma "objetiva" de divulgacao da noticia já mostrava o agravamento da censura. Na ocasiao passava no Cine Tupi o filme "Nas trilhas da aventura" com Burt Lancaster e Lee Remick. Mas nao foram apenas os funcionários, deputados e professores que se despediriam, o próprio tricolor que encerraria sua participoacao no "Robertao"naqueles dias ganhando de forma convincente do Vasco da Gama por três a um.

Os cruzmaltinos porém pediram revanche, que foi inadvertidamente concedida pelo Bahia quatro dias depois da edicaodo ato institucional, embora para um público bem menor. O Bahia abriria o placar logo no primeiro minuto, através de China, mas depois o Vasco equilibrou as acoes. A equipe carioca veio completamente diferente no segundo tempo. Conta a lenda que o futuro capitao da selecao Brito colocou o time contra a parede advertindo os jogadores que nao poderiam perder duas vezes para "esse time". Ele mesmo empatou aos 27 minutos e levou o time a uma bela "virada" com um gol de Benetti aos 40. Logo depois o futebol baiano e o Brasil entrariam em recesso.

- Agradeco as informacoes do Setor de Periódicos Raros da Biblioteca Central do Estado. Sou grato também as imagens dos blogs abril.com.br, deutilt.com.br, orebate-cassiomribeiro.blogspot.com e pco.org.br.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O primeiro clube de fora do estado a jogar na Fonte Nova



Fluminense em 1951. Em pé:Píndaro, Vitor, Edson, Neno, Castilho e Pinheiro.
 Agachados: Telê Santana,Orlando, Carlyle, Didi e Joel.


Vitòria 2 Bahia 1 em Buenos Aires. Nao estranhem nao! É que ontem decidi sair com minha camisa do EC Vitória. Fui com Cybele na famosa Calle Florida(onde quase fui assaltado no outro dia, lembram-se?)pra ela comprar uma bolsa. Imaginem que entramos e saímos de umas 540 lojas e ela nao conseguia achar uma de seu agrado(e preco!). De vez em quando mostrava-me algumas e eu dava a minha abalisada opiniao:

- Está troncha!
-Esta parece um saco!
-Com esta voce nao sái comigo!

E outras baboseiras mais! Aí encontrei algumas pessoas com camisas de clubes brasileiros. Uma do Palmeiras, outra do Grêmio, uma do Flamengo, duas do Vitòria e uma do Bahia. É claro que estou contando a minha própria! O rapaz que estava com a camisa do Vitória entrou na mesma loja que nós e trocamos algumas palavras. Ele me disse que  quando passou pelo "cara" que estava com a camisa tricolor este lhe cobrou da Segunda Divisao.

Desnecessário falar do áspero diálogo que se seguiu com as costumeiras trocas de ofensas a falta de títulos nacionais de um e a condicao de nada conquistar há dez anos de outro. Dá pra ver que nem aqui na Argentina as torcidas baianas sossegam, reproduzindo o BA-VI na Calle Florida! Bem, mas vamos ao assunto de hoje, o primeiro clube de fora do estado a jogar na Fonte Nova.

Corria o ano de 1951 e já havia cinco meses que a Fonte Nova havia sido inaugurada. Havia no estado uma campanha pra liberacao dos cassinos que já tinha até local: o Edifício Oceania no bairro da Barra. Mas a coisa engrossava com a oposicao da Igreja Católica e de vários deputados. Nesse mês de junho houveram duas partidas no estádio, quando o Bahia empatou com o Ypiranga e perdeu para o Vitória(2 X 3) no primeiro BA-VI da Fonte Nova.


Depois do São Joao o Fluminense do Rio de Janeiro aportou na Bahia vindo em temporada pra treinamento da sua equipe.Mas, apesar da importância do "pó de arroz" teve que jogar no Campo da Graca onde perdeu pro Galicia, também chamado de demolidor de campeoes, por dois a zero. Pois bem, a delegacao do time carioca tanto pressionou os dirigentes esportivos que o próximo jogo contra o EC Bahia acabou sendo na Fonte Nova.

Aliás com muita justica vamos dizer! Pois o Fluminense produziu muito melhor e ainda no primeiro tempo já havia liquidado o jogo. Aos 37 minutos Telê atrasou uma bola pra Didi que chutou forte da grande área vencendo o goleiro do tricolor baiano. E, ainda antes de encerrar o primeiro tempo, foi a vez de Joel deslocar-se para o centro e, ao receber um passe da direita, chutar para o goleiro Lessa aceitar, cometendo segundo o Diário de Notícias, uma "falha gritante".


Dias depois o clube,entretanto, voltaria pra Graça onde faria mais dois jogos: empatando com o Ypiranga por um gol e com o Vitória por zero a zero. Na ocasião até um comentarista dos Diários Associados do Rio de Janeiro falaria mal da equipe, embora também justificasse o resultado pelo mau desemepenho do juiz Antônio Bernardo que teria deixado correr solta a violência em campo. Mas ninguém tira a condico do Fluminense de ser o primeiro clube de fora do estado a jogar na Fonte Nova. Na ocasiao o publico baiano viu craques como Pinheiro, o meia Didi e o grande goleiro Castilho.

Quanto ao estádio dobraria o ano somente com mais uma partida, fruto de mais uma articulacao política, a fracassada promocao do aniversário da ABCD. Durma-se com um barulho destes!

- Agradeco as informacoes do Setor de Publicacoes Raras da Biblioteca Central do Estado(Colecao Diário de Notícias). Sou grato também as fotos e imagens do Museu dos Esportes e da catingadeporco-cristinacastro.blogspot.com.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

O massacre da serra elétrica

Galdino Ferreira - Financista, desportista e colaborador dos blogs História do Futebol, Memórias da Fonte Nova e Futebol 80. 

Em 1953, o Nordeste atravessava uma grande seca, com milhares de flagelados passando fome. Buscando arrecadar recursos para auxiliar os flagelados de seu estado (e ao mesmo tempo promover-se politicamente), o governador baiano Régis Pacheco financiou a organização de um torneio quadrangular, com a participação da dupla Ba-Vi e de dois grandes clubes do "Sul Maravilha": Flamengo, que naquele ano começaria a grande campanha de seu tricampeonato, e Internacional, que no mesmo ano chegaria ao tetracampeonatogaúcho. A competição organizada pelo governador teve "modestamente" o seu nome: Torneio Quadrangular Régis Pacheco, com os jogos sendo disputados na Fonte Nova.

A primeira rodada foi realizada em 15 de marco, quando na preliminar, o Internacional enfrentou o Bahia. Sem pena do anfitrião, o Colorado venceu por 7x1, gols de Jerônimo (2), Solis (2), Fernandes, Bodinho e Luizinho, fazendo Carlito fez o gol "de honra" do Bahia.. O time colorado dos pampas, ainda conhecido como rolo compressor impressionou a todos na Fonte Nova com uma marcação forte sem dar espaços para o time do Bahia que literalmente se entregou ao jogo dos gaúchos que passaram um rolo de madeira sob a massa de pão do tricolor baiano que, literalmente, levou uma surra.

A torcida do Vitória assistiu o jogo principal de "alma lavada", afinal, nao era possivel as coisas sairem piores para o rubro negro. Mas a peleja do rubro negro da boa terra contra o carioca terminou em outro passeio pelo gramado da Fonte Nova, desta vez do time da Gavéa. Apesar de já contar com a base do time que voltou a ser campeão baiano após longos 44 anos, o Vitória não foi páreo para a equipe que tinha Rubens, Tomires e Pavão; além de Zagalo e Indio na linha de frente e Antonio Leone, que mais tarde viria jogar no Bahia e ser campeão da Taça Brasil de 1959. Os gols foram se sucedendo, Índio(2), Adãozinho(3), Paulinho(2) e Rubens, descontando Juvenal e Rui para o Vitória, finalizando o humilhante escore de 8 x 2.

Depois do jogo nao houve espaço pra gozações entre os torcedores da dupla BA-VI ambos literalmente soterrados por uma avalanche de gols. O massacre carioca e gaúcho provocou o maior fuzuê na cidade fazendo os jogadores prometerem reacao. A segunda rodada do torneio foi jogada quatro dias depois. O Internacional novamente disputou a preliminar, batendo agora o Vitória por 4x1, com gols de Bodinho (2), Luizinho e Jerônimo, com Juvenal fazendo o tento dos baianos. Na outra partida, o Flamengo venceu o Bahia por 2 x 1 com gols de Rubens e Indio, tendo Isaltino marcado o gol tricolor. Bem, pelo menos, os clubes baianos se "tocaram" jogando menos abertos e "perdendo de pouco".

Na última rodada, o BA-VI, que se pensava ser realizado para a decisao do tìtulo, nao valeu mais nada, sendo um dos raros na história do estádio a ser jogado em preliminares. A torcida do Vitória, de cabeca inchada, nem fez a gozacao de sempre ao ganhar de 2x1. Ai veio a partida decisiva, entre "estrangeiros". O Flamengo entrava em campo como favorito mas a partida foi muito disputada. Faltando  15 minutos para o fim do jogo e o placar era de 2x2, havendo marcado Luizinho e Bodinho para o Internacional, e Índio e Rubens para o Flamengo.

As solenidades oficiais haviam atrasado o início das partidas, e a Fonte Nova não possuía iluminação muito boa. Aos 36 minutos do segundo tempo, com o estádio quase às escuras e a energia sucumbiu de vez, o árbitro Rui Carneiro foi obrigado a encerrar a partida. Deve ter sido uma das primeiras vezers na història do futebol brasileiro que foi adotado o critério de saldo de gols para a definicaoi do campeao. Deu o Internacional, que conquistaria seu primeiro título em uma competição nacional e foi na Fonte Nova.

- Agradecemos as informações e imagens dos blogs Flapédia, Blog Vermelho(Inter), diariodomedo.blogspot.com, Jorge.tadeu.zip.net e desgracazine.blogspot.com.

Os anos em que a Fonte Nova gemeu


Hoje pouco tenho a contar da nossa viagem a Argentina. A nao ser o nosso almoco e a visita a Calle Florida. Pelo amor de Deus quando vierem aqui não vão comer no Billares 36. È uma coisa horrorosa. Desde pao sem manteiga a fettucini e nhoques de mandar prender o cozinheiro. Pra completar sò  mesmo a conta de 103 pesos.

Depois desta quase fomos roubados no quartel do comèrcio de Buenos Aires, a Calle Florida. Vocês imaginem que estavamos distraìdos olhando as mercadorias e uma senhora (è isso mesmo!)  meteu a mão em meu bolso. Eu segurei rapidamente as calcas por isso ela nao levou minha carteira. Pois a mulher saiu tranquilamente por uma rua lateral e ninguèm disse nada! É isto mesmo. Diga-se de passagem que a maioria esmagadora dos turistas que andam por ali compram nos camelôs. Depois vao dizer que "compraram na Calle Florida". O pior é que è verdade, embora não seja nas lojas! 

Mas vamos ao assunto de hoje, o dia em que a Fonte Nova gemeu. Dizem que quem desce de divisão é o clube. Mal sabem que desce tudo o que está em torno dele.  Os torcedores perdem auto - estima, os jogadores se sentem inferiores, e até o tipo de futebol praticado pelo clube muda. A Primeira Divisao é a do "futebol arte", a Segunda é a da “bola no mato que o jogo é de campeonato”, e a Terceira não tem nem qualificação! Neste artigo vamos lembrar os dois anos que o nosso maior estádio entrou no clima de baixo astral passando a ser um equipamento esportivo "de terceira".


Os clubes da Bahia já tinham enfrentado esta barra pesada. Mas isto ocorreu longe das vistas da capital. Quando o próprio Galícia chegou lá, entre 1995 e 1997, jogou em pequenos estádios como no Parque Cruz de Santiago e Pituaçu. Ou seja, até 2006 já tinha passado muito time ruim pela Fonte Novas, mas os jogos não eram disputando campeonato. Ou seja, o tormento era passageiro. Mas desta vez durou dois anos.

Até 1995 o “campeonato” da Terceira Divisão era o fim da picada! Em 1995 o azulino passou pelo maior sufoco tendo que participar de diversos “mata-matas” pra ir passando de fase até que foi desclassificado. Com o EC Bahia foi mais ameno. Embora existisse uma quantidade infindável de grupos. Tantos que ninguém mais sabia onde estava!

O tricolor já tinha descido para a Segunda em 1997, mas voltou três anos depois.  Com mais outros três anos cairia de novo. E, pra piorar a história, cairia mais uma vez logo depois, agora para a Terceira. Só amenizou a situação o fato de seu arquirrival, o EC Vitória, lhe acompanhar na desgraça. O esquadrão de aço (que neste tempo era de bronze) em 2006 ficou no grupo sete, junto com CSA (AL), Colo Colo (Ilhéus) e Confiança (SE), conseguindo passar a duras penas para a outra fase, após derrotar esses por 1 X 0, 2 X 1 e 2 X 0 na Fonte Nova.


Entraria no Grupo 19, onde pegaria Coruripe (AL), Icasa (CE) e Treze (PB). Só o torcedor muito fanático pra ter coragem de assistir a esses jogos, onde o tricolor passou de novo, após derrotar esses times por 2 X 1, 4 X 3 e 2 X 1 na Fonte Nova. Vá anotando pra não se perder. Agora cairia no Grupo 25, junto com Ferroviário (CE), Ananindeua (PA) e América de Natal, aos quais venceria por 2 X 1, 1 X 0 e 1 X 0 no nosso histórico estádio que sofria por acolher essas partidas.  Tem gente que conta que jura que nestas ocasioes ouviu ruídos de lamentos que vinham das vigas do estádio.

Finalmente o tricolor chegaria na fase final, onde pegaria gatos e cachorros, ou dizendo melhor, o “Brasil”, o Ferroviário, o Ipatinga, o Barueri, o Treze, o Criciúma. Salvou-se o próprio Vitória. O rubro negro faria uma campanha melhor e sagrar-se-ia vice campeão (se é que se pode contar com uma coisa destas) e subiria para a Segunda. Mas o tricolor ficaria por aí mesmo por perder muitos pontos em casa. A culpa foi da Fonte Nova que deu seu grito de basta. Não aguentava mais sofrer acolhendo esses jogos de terceira!

Logo na estreia do Bahia a torcida foi surpreendida com o empate em dois gols. Logo depois as coisa pareceram melhorar com a goleada de quatro a um sobre o Ferroviário. Mas a desgraça mesmo veio em 28 de outubro de 2006, quando a torcida invadiu o gramado no segundo gol do Ipatinga. Foi à única vez que um juiz deu abandono de campo em jogo do Campeonato Brasileiro na Fonte Nova.

                                 Nem rezando Arturzinho!

A partir daí seria uma no cravo e outra na ferradura. O time conseguiria ganhar do Vitória no Barradão (2 X 1), mas na semana seguinte perderia pelo mesmo placar na Fonte Nova.  Venceria o Barueri (4 X 3), mas seria esmagado em Fortaleza por sete a dois (sic!). Mas acreditem se quiser, num campeonato tão ruim como este ainda havia chance de classificação bastando ganhar os dois últimos jogos na Fonte Nova. Esta, porém já não aguentava mais, se permitiu a vitória tricolor contra o Treze (3 X 1) entregaria os pontos contra o líder Criciúma (2 X 2) colaborando para o sexto lugar do Bahia. Os tricolores aguentaram um ano de gozações de seu rival que, afinal de contas, só havia subido uma divisão.

                                              Socorro!

Em 2007 o tricolor se preparou melhor. Tratou bem do estádio. Os torcedores quando chegavam alisavam carinhosamente o cimento onde sentavam. Ninguém quebrou cadeiras nem cuspiu no chão. O resultado foi uma melhoria a olhos vistos. O Bahia novamente foi deixando os grupos pra traz. Primeiro veio o sete, com o Asa de Arapiraca, o América de Propriá, e o Confiança (SE). Ninguém merece um grupo destes! Quase que a Fonte Nova se insubordinou, mas deixou que o tricolor vencesse por 2 X 0, 2 X 0 e 2 X 1.

Veio então o Grupo 19 junto com o Linhares, Nacional da Paraíba e Atlético Cajazeirense. Não, agora era demais! Foi duro convencer o estádio a aceitar aqueles jogos. Tem gente que viu a Fonte Nova ir reclamar do próprio Deus dos estádios! Mas este a convenceu com um simples argumento: era só por aquele ano. Se o Bahia não subisse os espíritos iriam aparecer e não deixariam acontecer esses jogos no estádio. Ai a velha fonte deixou o esquadrão de aço (que agora mais parecia de prata) ganhar com certa facilidade por 5 X 0, 2 X 0 e 3 X 1.

Viriam então de novo as finais com o Bahia pegando o CRAC e o Vila Nova (GO), Barras (PI), o Nacional (PB), o Bragantino, o Atlético Goianiense e o ABC (RN). Mas a Fonte Nova já estava “enchendo o saco” desse certame e quase entornou o caldo. O Bahia perderia muitos pontos em casa onde colheu os resultados e teve que ganhar onze pontos fora pra poder subir para a Segunda Divisão.  Pelo menos imitou o Vitória e saiu com o vice campeonato. Arre égua! Sai pra lá azar! Mas, depois desta maré de desgraca do futebol baiano toda vez que tinha jogo ruim na Fonte Nova voltavam os gemidos vindos não se sabe de onde. Só não foram maior dos de 2010 quando mataram a Fonte Nova. 



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domingo, 26 de dezembro de 2010

A tropa de elite


Ontem pouca coisa funcionou em Buenos Aires. Nem as lans houses. Assim nao pude postar meu artigo diàrio. Aqui eles levam o Natal a sèrio! Ontem tive uma comprovacao do espìrito natalino.Nós estávamos andando no bairro de Palermo no maior sol da paròquia(aqui está 35 graus)e nada de taxi. Depois de caminhar alguns quilômetros, jà com a fome apertando, Cybele se dirigiu a um senhor perguntando-lhe como fazíamos para chegar ao bairro de Recoleta. Ele entao disse que tinha que caminhar mais 19 quadras. Eu entao afirmei que morrerìamos antes!

Ai ele nao se fez de rogado. Levou agente a um ponto e parou um ônibus recomendando-nos ao motorista. Nao contente com iso abriu a carteira e nos deu as moedas pra pagar o coletivo, enquanto eu, estupidamente, tirava da carteira noas pra lhe "pagar a gentileza". Uma grosseria inominável! Quando compreendi o seu admiràvel gesto me vieram làgrimas nos olhos. Passamos o resto dodia pensamos naquele homem que nunca saberemos o homem, que nos ajudou em um momentol de dificuldade na Argentina. Pensamos na Bahia de antigamente quando era chamada de "boa terra" e as pessoas eram solidàrias. Mas como o capitalismo é coisa ruim!

Mas vamos para o nosso assunto de hoje, o Torneio dos Campeoes. Alguèm jà ouviu falar?Pois è, aconteceu em 1982. E outro certame que querem colocar na tal "unificacao dos titulos". Sò pra lembrar, è um movimento de alguns clubes que querem mudar a correlacao de forcas entre os campeoes do Brasil no tapetao. Desse jeito eu vou acabar reivindicando que a CBF considere o Torneio da Morte e o da Uva conquistados pelo EC Vitòria como campeonatos brasileiros!


Em 1982 a rècem criada CBF buscava navegar no cipoal de interesses do futebol brasileiro. Vinha conseguindo reduzir o nùmero de clubes que participavam do malfadado Campeonato Brasileiro, criado na dècada anterior, mas isto era mais fàcil falar do que fazer. Nesse ano havia eleicoes e o regime militar estava em dificuldades pois o MDB ameacava ganhar em vários estados, o que acabou ocorrendo. Foi assim que nasceu o "Torneio dos campeoes".

O certame nao era estranho ao país, jà havendo se realizado em 1978, embora restrito aos clubes campeoes do próprio Campeonato Brasileiro. Neste ano porém liberou geral. Foi realizado depois do campeonato e antes da Copa do Mundo somente para que alguns clubes nao ficassem parados. Incluiu de novo todos os campeoes brasileiros, mas ampliou a participacao para os campeoes do "Robertao" e até do Torneio Rio- Sao Paulo. Para desmascarar de vez a politicagem incluiram atè o Amèrica(RJ) e o Santa Cruz que nao entravam em nenhum critèrio. No entanto um mèrito: foi o último certame onde participaram quatro clubes do Nordeste: Bahia, Sport, Náutico e Fortaleza.

O EC Bahia havia feito seu ùltimo jogo no Morumbi contra o Corinthians, e apanhou por cinco a dois. O Vitòria naoparticipou pois havia sido rebaixado, amargando seu ùltimo jogo na Primeira Divisáo na Fonte Nova contra o Atlètico Mineiro, o qual derrotou por um a zero, gol de Zé Júlio. Seriam jogados duas fases com quatro grupos com jogos de ida e volta classificando-se  os campeoes de cada grupo.

                  Os ex-presidentes Itamar, Lula, FHC e Sarney

Lembro-me bem do dia em que o torneio comecou, 24 de abril, por coincidir com o meu aniversário de 34 anos. O Bahia estrearia três dias depois ganhando do Náutico pelo escore mínimo na Fonte Nova. Sua proxima partida seria no mesmo local no Dia do Trabalho. Eu, que era um dos organizadores do ato do Campo Grande, teria neste dia duas satisfacoes, a de termos realizado um ato expressivo contra a ditadura e a de saber por amigos que escutavam o ràdio, a derrota do tricolor para o Fortaleza pelo mesmo escore.

Depois dai o clube sairia para perder em Porto Alegre para o Inter(0 X 2) e empatar em Fortaleza(2 X 2), fechando o grupo na Fonte Nova necessitando ganhar para se classificar. Nao deu outra, com a viória tricolor por um a zero contra os gaùchos.Foi o ùnico da regiao a se classificar para as quartas de finais onde colheu expresiva vitòria em Porto Alegre, passando pelo Inter por 3 X 2. Agora sobravam quatro clubes e o Bahia iria pra final se passasse pelo Guarani na Fonte Nova.  Mas....náo deu! O esquadrao de aco perdeu pelo escore mìnimo e o bugre de Campinas foi decidir o titulo com o Amèrica(RJ).

Na ocasiáo, apòs dois empates em um a um, a partida do Maracana foi pra prorrogacao quando Gilson Gênio, que jogou no Bahia, fez o gol no finalzinho faturando o caneco pros americanos. A equipe rubra, que havia sido incluida sem atender aos critérios do certame, seria campea com: Gasperin, Chiquinho, Duílio, Everaldo e Zé Dilson(Sergio Pinto). Pires, Gilberto e Eloy(Joáo Luiz). Serginho , Moreno e Gilson Gênio. O técnico era Dudu.

- Agradeco: a paciencia dos meus leitores (pois aqui sò posso usar uma imagem por artigo, as màquinas nao aceitam recursos como "copiar-colar", acentos e outras coisas), as informacoes dos blogs netvasco, wikipédia e futipédia.globo.com; e as imagens dos blogs infomorelos.com, garnerdirectdownload.com, vendamuitomais.com.br e bastidoresdaseleicoes2010.blogspot.com.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O ano em que se jogou nas festas de fim de ano na Fonte Nova


Gente, o primeiro dia que passamos em Buenos Aires foi dia dos movimentos sociais. E olhe que tudo acontece perto de nosso hotel Mas nao tive nada a ver com isto viu? Logo depois de tomarmos café comecaram a se concentrar os funcionarios do mundialmente famoso Teatro Colòn na porta da Intendencia Municipal na Rua Peru,e acabamos sendo brindados por um emocionante concerto da Orquestra Sinfonica. Tocaram o hino nacional, Johann Stauss Jr. e outras pecas no meio da rua.

Logo depois os ferroviàrios em campanha salarial fizeram um piquete no estacao de trem de Constituicao impedindo a saida de trens. Foi o maior sufoco, pois o povo se revoltou ,e depois de jogar pedras na estacao, passou a atacar e incendiar lojas. Veio um regimento com carros, mangueiras de agua mas nao conseguiu afugentar o pessoal que queria embarcar para o interior. A "saudàvel imprensa democratica" daqui queria que a policia "sentasse o pau" nos piqueteiros. Será que náo lembra a de algum outro paìs? O movimento entrou pela tarde toda quando os sindicalistas resolveram suspender o piquete liberando os trens. Mas sò pela noite foram retomadas as viagens.

Bem, mas vamos ao nosso assunto de hoje, as festas natalinas. Há muito tempo que as férias dos jogadores coincidem com o recesso das festas de fim de ano. È o momento em que o pessoal que atua no futebol, como qualquer trabalhador, descansa apòs cansativas e desgastantes temporadas. Hà quem jogue 90 a 100 partidas por ano, e poucos sao os clubes que disputam menos de 80 jogos.

                                      Ronaldo e o papa
Mas nem sempre foi assim! Houve um tempo em que a situacao era mais amena, e isto foi antes do calendário nacional centralizado da CBF quando os jogadores( e torcedores) eram menos explorados. No artigo de hoje nao vamos falar das promocoes que eram feitas na Fonte Nova nas èpocas natalinas mas de um ano, 1966, em plena ditadura militar, onde os clubes deixaram os torcedores quase que sem festas de fim de ano.

Nesse ano o certame baiano teve dois turnos sendo o primeiro disputado no Campo da Graca. Atè agosto o EC Vitoria, bicampeao estadual, jà tinha faturado o primeiro turno.No entanto houve uma interrupcao por quatro meses do campeonato. E, ao invès de voltarem no proximo ano, recomecaram mesmo em dezembro. A Fonte Nova nunca tinha visto isto! Nos outros 56 campeonatos que ali foram disputados, o calendàrio esportivo se encerrou em novembro, ou, no màximo, na segunda quinzena de dezembro.

Neste ano houve de tudo! Marcaram uma rodada dupla pra 23 de dezembro, antevèspera do Natal, quando o povo, tradicionalmente, se libera de tudo quanto è compromisso e se dedica as festas. E os jogos foram maravilhosos, pra nao dizer o contrario: Leonico 5 X 0 Estrela de Marco e Ypiranga 1 X 0 São Cristóvao. Nao contentes com esse absurdo fizeram outra rodada dupla no dia 27, esta ainda pior: Galicia 1 X 0 Sáo Cristovao e Guarani 3 X 1 Botafogo.

                  Se Ele jogasse devia ser mais ou menos assim

Como a renda estava "pra là de Marrakesh" trouxeram o próprio EC Bahia pra consumar o desrrespeito com as festas de fim de ano. A rodada dupla foi na vèspera do ano novo, 30 de dezembro. Na preloiminar o Leonico empatou sem gols com o Ypiranga e, na principal o Bahia deu de cinco a zero no "saco de pancadas" Estrela de Marco. Ninguèm merecia tanta maldade. E náo deixaram nem os torcedores comemorar a passagem de ano, marcando nova rodada tres dias depois. Ufa!

- Agradeco as informacoes aos blogs Granadeiros azulinos e RSSF Brasil. Sou grato também as imagens dos blogs blogandogospel.com, laboratorioesportivo.com.br e diariodebarrales.com.br.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O suicidio de Getùlio e a Fonte Nova

                                   
Ufa, chegamos em Buenos Aires! Mas foi um sufoco. Nosso voo de Salvador foi cancelado e tivemos que esperar horas no aeroporto. O segundo voo atrasou tanto que iamos perder a conexáo em Sáo Paulo. O jeito foi pegar um terceiro voo pelo Rio de Janeiro. Mas quando chegamos là náo tinha teto pra pousar e aì ficamos meia hora rodando a cidade maravilhosa. Resumo: chegamos no hotel as uma e meia da manhá, 14 horas depois de sair de casa. Assim fica dificil de viajar! Bem mas vamos ao assunto de hoje. 

Outro dia eu estava repassando os fatos que antecederam ao trágico suicídio do presidente da república Getúlio Vargas. Acompanhei então as edições do antigo Diário de Notícias, veículo dos Diários Associados do empresário Assis Chateaubriand na Bahia. Surpreendi-me que somente a partir de 24 de julho começasse a destacar a crise política do país. A manchete tem conotação governista ao assinalar a descoberta de um plano visando assassinar chefes militares e o próprio Getúlio.

Vinte dias antes da morte do presidente o jornal destaca a visita do ator francês Jean Luís Barrault á Bahia. E, três dias depois, admite em manchete de primeira página que “é delicada a situação no país”. Nos próximos dias o jornal alternará reportagens que apostam na unidade das forças armadas, ao tempo em que divulga a campanha do candidato a governador Antônio Balbino.

No dia 10 de agosto anuncia a dissolução da guarda pessoal de Vargas que é substituída por forças militares. Nesse dia passa o Cine Excelsior o filme Só resta uma lágrima com Olivia de Havilland (lembram-se?). O atentado da Rua Toneleiros em Copacabana ocupa praticamente todas as edições, e, acredito, a opinião pública da época. Foi cometido, afinal, contra o jornalista Carlos Lacerda, principal opositor do presidente, morrendo na ocasião o Major Vaz.

Todos os indícios se voltaram para o gabinete presidencial. A cada instante as pressões aumentavam contra o presidente que estava longe de ter poucos inimigos. A participação dos baianos no episódio esteve longe de ser desprezível. Houve uma gigantesca manifestação no dia 12 promovida por uma frente muito ampla que incluía desde o ex-governador Octávio Mangabeira, passando por Nestor Duarte e pelo Centro Acadêmico Ruy Barbosa que, falando pelos estudantes, exigiu a renúncia de Vargas. O jornal, mudando de linha, anunciaria a presença de cem mil pessoas no ato, número discutível se pensarmos que a população de Salvador nesta época era de 417.325 pessoas. Mas Vargas reafirmava que não sairia do cargo de jeito nenhum.
Dez dias antes do desenlace ocorre um BA-VI na Fonte Nova. O jogo era decisivo para as pretensões do EC Bahia no turno mas o goleiro Nadinho com grande atuação concorre para a eliminação do tricolor no empate sem gols. Durante o jogo a política esteve presente no nosso histórico estádio, quando um avião do Aero Clube (lembram-se?) sobrevoou o campo soltando panfletos com os retratos dos autores do atentado pedindo colaboração para a prisão dos criminosos. Três dias depois ocorreria o comício de Balbino no bairro do Engenho Velho.

Na semana decisiva os jornais divulgam que a qualquer momento podia ser descoberto o autor intelectual do crime já que os autores materiais saltavam aos olhos. A 21 de agosto o Bahia empata em um a um seu amistoso com o Galícia. No outro dia o Diário de Notícias estampa a manchete de primeira página

Muito delicada a situação do país

No mesmo dia o Vitória enfrenta o Botafogo numa espécie de turno extra. O jogo é sensacional, concorrendo expressivo público que levou uma renda de mais de cem mil cruzeiros para as bilheterias da Fonte Nova. Os assistentes não pareciam estar nem aí para a crise nacional. Jaime abriria o placar para o rubro negro que manteve o escore quase até o fim quando Teco do Botafogo fez um gol sensacional “de bicicleta” a apenas dois minutos do final. A partida teve que ir para a prorrogação. O primeiro tempo desta terminou sem gols mas um lance fortuito decidiria para o alvi rubro quando um chute do seu ataque resvalaria em Dedeu e entraria no gol de Nadinho.


Na véspera Getúlio anunciava categórico:

Só  morto sairei!

Vários militares de todas as forças exigem sua renúncia. Desta vez seria diferente de nove anos antes, no final da Segunda Grande Guerra, quando sua renúncia foi acordada. No outro dia o boa parte do Diário de Notícias seria ocupada com o suicídio e as repercussões do episódio. Mostra claramente o recuo dos que antes pressionavam o presidente face à comoção nacional. As manchetes assinalam “O povo chora a morte de seu presidente”. “Café Filho procura formar governo de coalizão nacional”. “Dia de luto no território nacional”.

A crise política porém, vinha pra durar. Uma missa de sétimo dia pelo falecimento do presidente atrai enorme multidão na Igreja da Candelária no Rio de Janeiro. Na Bahia grande público prestigia a convenção e comício do PTB, cujo candidato ao governo Antônio Balbino, procura capitalizar o sentimento popular em prol de Vargas. Nas páginas de esportes, porèm, noticias mais prosaicas. É anunciado que o Vitória trará  novo técnico. O Botafogo decidirá com o Ypiranga o super turno. Pouco depois a vida continua, começa outro torneio quadrangular, desta feita com a presença do Santa Cruz de Recife. Mas isso é assunto pra outro artigo! 
  • Agradeço as informações de Guaraci Adeodato de Souza e Marc Herold. Soun grato também as imagens dos blogs sinopsedolivro.com e ericksilveira.blogspot.com.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Dia de eleição na Fonte Nova

                                       
O Brasil é um dos poucos países do continente americano cuja democradura impõe o voto obrigatório. Faz parte da lógica do nosso sistema político “republicano” e autoritário!  Enquanto no resto do mundo se trabalha normalmente no dia da eleição no Brasil este é feriado.

Aqui o povo passa o constrangimento de ver o vetusto Supremo Tribunal Eleitoral ameaçar a população pra que não se atreva a deixar de votar. Gasta-se rios de dinheiro de propaganda para veicular declarações “sutís” que vão desde a lembrança de que os funcionários públicos não receberão salário a que não se poderá pedir empréstimo aos bancos oficiais, entre outras cositas mais.

Mas, mesmo com tudo tisto já houve jogos em dia de eleição. Depois é que tiraram toda a programação que atrapalhasse o “sacrossanto dever” do voto. Não fiz uma pesquisa detalhada sobre todas os jogos neste dia na era da Fonte Nova, mas achei uma importante para ilustrar o caso, a da eleição do governador que dá o nome do nosso histórico ginásio, Antônio Balbino. Vou colocá-la aqui atendendo aos que me pedem artigos menores.
Na época passava no Cine Glória o filme Pigmalião, sátira de Bernard Shaw inspirada na mitologia grega, sobre um escultor que se apaixona pela própria obra, e que alguns anos mais tarde iria inspirar o famoso musical My fair lady. Era 3 de outubro de 1954 e o jornal Diário de Notícias, mostrava a sua objetividade e imparcialidade ocupando toda a sua primeira página com uma foto gigantesca do candidato que trazia os dizeres:
Para governador Balbino, um homem de bem para o bem da Bahia.

Naquele dia houve jogo pelo campeonato baiano. E olhe que foi um clássico da época: EC Vitória X Botafogo EC. O alvi rubro tinha grandes jogadores e, pelo menos até meados da década de 50, ainda daria o que falar. O rubro negro porém, ganhou por um a zero, gol de Dimas que estreava no time naquele dia. Nos “aspirantes” os leões da Barra também ganharam, mas por dois a um. O juiz foi José Peixoto Nova.

O Vitória jogou com Nadinho, Valvir e Alírio; Purunga, Eloi e Joel; Alencar, Dimas, Juvenal, Hélio e Fiuza. Já o alvi rubro jogou com Leça, Tatuí e Nilton; Flávio, Nelinho e Júlio; Dedeu, Teco, Zague(aquele que faria sucesso no México), Roliço e Lamarone.
Alguns dias depois o jornal falaria dos primeiros governadores eleitos, Ildo Meneghetti no Rio Grande do Sul e o marechal Cordeiro de Farias em Pernambuco. As eleições de São Paulo e da Bahia demorariam um pouco mais para terem seus resultados divulgados. A primeira pela disputa acirrada, dando Jânio Quadros por uma diferença de apenas 18.000 votos de Ademar de Barros. E a segunda pela tradicional lentidão, com a qual Antônio Balbino faturou o pleito por margem bem superior derrotando Pedro Calmon.

Juracy Magalhães, que seria governador no período 1958-1962, ficaria em primeiro para o Senado e Hélio Machado seria eleito prefeito de Salvador.

·         Agradeço as informações do site rascunho. net e do Setor de Publicações Raras da Biblioteca Central do Estado(Coleção Diário de Notícias). Sou grato também as imagens dos blogs:jornalismofederal.blogspot.com, culturalc.wordpress.com,pensamentos2010.wordpress.com e ipiauonline.com.br.



terça-feira, 21 de dezembro de 2010

A vingança tricolor



Em 1955 o Brasil viveu dias tensos. O suicídio do presidente Getúlio Vargas no ano anterior tinha levado a Café Filho assumisse provisoriamente o governo até as eleições que se realizariam neste ano de 1955. A Bahia ainda vivia o clima político getulista que tinha levado Antônio Balbino ao Palácio da Aclamação. As ideias forças no período eram desenvolvimento, modernização, indústria, reforma urbana e questão social. Começava a surgir um político que marcaria época pro mal e que este ano conquistaria uma cadeira na Assembleia Legislativa, Antônio Carlos Magalhães.

Em janeiro se realizariam eleições suplementares para deputado em mais de trinta municípios do estado confirmando os mais votados. Entre fins de março e inicio de abril se organizaria o torneio de despedida do governador Regis Pacheco vencido pelo EC Vitória, ao tempo em que os ingleses se despedem de seu herói de guerra Winston Churchill que renuncia ao cargo de chanceler do Reino Unido. Em maio, enquanto as tensões na Europa são elevadas pela criação do Pacto de Varsóvia, começa o turno extra do campeonato do ano anterior, onde porfiam Vitória, Bahia e Botafogo, e se encerra com a vitória tricolor.
O próximo campeonato começa em junho, quando começa a se intensificar a campanha presidencial. A liderança rubro negra iria coincidir com a morte de Carmen Miranda.  É nesta ocasião que começa a ser organizado o Torneio Vivaldo Tavares. Peço licença aos leitores para fazer um parêntesis pra explicar porque o certame levou este nome.
Vivaldo Tavares foi um esportista baiano que atuou como jogador, árbitro e presidente do Ypiranga. Sua história está relacionada ao nosso maior clássico. Foi ele quem apitou o primeiro BA-VI ocorrido no Campo da Graça. Apenas três anos depois seria protagonista de um dos episódios mais dramáticos do futebol baiano.  Era a data magna da Bahia, o dois de julho, e jogavam ali novamente Bahia e Vitória com o tricolor vencendo de dois a um. Em dado momento o árbitro assinalou um pênalti a favor do Vitória. No entanto, só na segunda cobrança é que o jogador Barbosa conseguiria marcar, pois na primeira, Vivaldo mandou voltar alegando que o goleiro havia se adiantado antes da cobrança. O episódio revoltaria os jogadores do EC Bahia que reclamavam da presença de jogadores adversários na área no momento da cobrança.

A confirmação do gol levou ao tumulto, onde o jogador Bitonho (Antônio Fernandes da Costa) deu um soco no olho de Vivaldo Tavares que revidou com um pontapé que não conseguiu acertar o alvo. O jogo então degenerou em agressões mútuas embora tenham todos se recolhido posteriormente aos vestiários. No entanto, nem Bitonho nem Vivaldo voltariam para o segundo tempo. O primeiro por ser preso e o segundo em virtude dos ferimentos. O rubro negro acabaria vencendo a partida por quatro a três.
O jogador sairia da delegacia mediante fiança, mas, ao verificar a repercussão na imprensa do episódio se suicidaria ingerindo quantidade expressiva de cianureto. Vinte e um anos depois deste trágico incidente, e na semana da independência, se organizaria um torneio para a homenagem do antigo juiz dos anos 30 e dirigente esportivo do auri negro nos anos 40/50.
O certame foi organizado pelo Ypiranga e foi feito para homenageá-lo. Não dava pra ter outro resultado que a vitória auri negra, especialmente para que fizesse as pazes com o título! Em relação à Fonte Nova o problema era mais grave, porque em 1951 havia disputado apenas um jogo no nosso histórico estádio, o que fez com que apenas de forma indireta se possa dizer que ganhou um certame na era da Fonte Nova.

A ideia do Ypiranga impactou na escolha dos convidados fazendo com que não refletissem a situação do certame em curso. Desta forma não foi convidado o rubro negro e, além da dupla Bahia e Ypiranga, se trouxe o Santa Cruz de Recife e o Vitória (ES)!).
A abertura do torneio ocorreu a três de setembro, exatamente a trinta dias das disputadas eleições presidenciais. Na ocasião a UDN de Carlos Lacerda, avaliando a falta de condições de chegar ao poder, proporia a adoção do critério da eleições através maioria dos votos. Juscelino Kubitscheck viajou o país inteiro chegando a fazer quase trezentos comícios e mais de mil discursos para ganhar as eleições. 
A rodada de abertura do torneio veria o Vitória (ES) ganhar do Santa Cruz (1 X 0) e o empate sem gols entre Bahia e Ypiranga. Logo no outro dia os times entraram de novo em campo, agora com a vitória de ambas as equipes baianas. O Ypiranga venceria o Vitória (ES) pelo escore mínimo e o Bahia ao santa Cruz por três a um. Estava tudo como “mandava o figurino”, os clubes de fora afastados da decisão da taça e a decisão programada para o sete de setembro.
No entanto, o comparecimento de público estava longe de ser dos melhores. Vários fatores podem explicar o que ocorreu na ocasião. Desde que a Fonte Nova havia sido inaugurada era comum à existência de torneios para ocupar datas vagas na agenda do histórico estádio, e, as “atrações” de fora estavam longe de despertar a expectativa necessária à frequência de público. A experiência de deixar de fora o EC Vitória foi outro fator que, junto do mau desempenho do Santa Cruz, levariam a aquela situação.
                                                                 O "craque" Juscelino
Assim, de última hora, o Santa Cruz é “desconvidado” assumindo o EC Vitória em seu lugar para a última rodada. Para o auri negro foi um verdadeiro “tiro no pé”, pois a vitória contra os pernambucanos por certa diferença de gols asseguraria que o clube canário levasse o troféu que tinha o nome de seu estimado dirigente. O rubro negro, no entanto, não estava nem aí fazendo um grande jogo que terminou empatado em empate em dois gols.
O resultado afastou definitivamente o Ypiranga do título do torneio que tinha organizado com tanto carinho. A decisão ficou para baianos e capixabas que brindaram o maior público do torneio com outro bom espetáculo e com muita movimentação. Flores marcaria os dois tentos do Vitória (ES) enquanto Ruivo Rui e Juvenal garantiriam os do Bahia. O tricolor havia ganho o próprio torneio que o time canário promoveu pra homenagear seu dirigente. E, com uma só cajadada matou dois coelhos, vingando o jogador Bitonho após duas décadas. 
No entanto a vida continuava. Nove dias depois um golpe militar na Argentina deporia o presidente constitucional Juan Domingo Perón. No dia 30 seria a vez do cinema e da juventude perderem o astro que seria o protótipo da rebeldia nos anos 50, James Dean em acidente de automóvel. Mais três dias e JK atingiria 33,8% dos votos dos brasileiros, longe, portanto, do percentual exigido pela UDN.
A vitória é questionada por Carlos Lacerda que alegando a necessidade de “estabilidade política”. Dias depois começa o burburinho nas hostes militares. Um par de meses depois o presidente Café Filho pede uma estranha licença pra tratamento de saúde assumindo em seu lugar o deputado e presidente da Câmara Carlos Luz, adversário de JK.
                                                                 O general Lott
O PSD e PTB, entretanto, não “dormem de touca” e, contando com o voluntarismo do general Teixeira Lott, dão um contragolpe destituindo Carlos Luz e declarando o impedimento de Café Filho, entregando a chefia da nação ao Nereu Ramos, presidente do Senado, que vai governar o país até a posse do presidente eleito.  A manobra não poria fim à resistência vendo também outros episódios de insubordinação militar que prefigurariam 64.

·         Agradeço as informações de Paulo Fábio Dantas Neto, dos sites do Esporte Clube Bahia e semprebahia.com, e dos blogs RSSF Brasil, Wikipédia, marketingpolítico-manhanelli. blogspot.com. Sou grato também as imagens dos blogs top30.com.br,life.com e welersonflucbp.blogspot.com.  

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

As maiores goleadas da Fonte Nova

Galdino Antônio Ferreira da Silva - Financista, desportista e colaborador dos blogs História do Futebol, Memórias da Fonte Nova e Futebol 80.                                                                                        

O futebol mundial registra muitas goleadas. O anedotário informa que um ato de protesto possibilitou em Madagascar uma goleada impensável de 149 a 0. Mas isto não é sério nem convém falar. As estatísticas dão como certas a goleada do Albroath contra o Bon Accord na disputa da Copa da Escócia em 1895 por 36 a 0, e o jogo Austrália 31 X 0 Samoa Americana pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2002. Mas pelas copas do mundo a maior foi a Hungria 10 X 1 El Salvador em 1982.  Na Taça Libertadores da América a maior goleada foi Penarol 11 X 2 Valencia em 1970.

O futebol brasileiro registra também algumas grandes goleadas cuja principal foi Botafogo 24 X 0 Mangueira jogando pelo Campeonato Carioca de 1909. No Campeonato Brasileiro ocorreu o jogo Corinthians 10 X 1 Tiradentes (PI) em 1983. 
Já no Campeonato Baiano as maiores goleadas ocorreram durante o amadorismo e, inicialmente, de times grandes contra pequenos: Botafogo 12 x 0 Democrata (8.12.27), Ypiranga 13 x 1 Guarani (5.5.29), Ypiranga 16 x 0 Democrata (1.5.30). 
A entrada do futebol baiano no profissionalismo não foi consensual nem evitou as disputas políticas que, no plano nacional, se expressaram, principalmente, pelo affaire entre a CBD e a CBF e que durou até 1938, ano em que houve dois certames na Bahia.
Nesta época algumas goleadas ficaram conhecidas: a) de times grandes contra pequenos: Fluminense 10 x 0 São Cristóvão (12.11.31) e Ypiranga 11 x 0 Guarani (19.6.32; b) entre clubes pequenos no mesmo ano: Energia 11 x 1 Guarani (25.5.33) e São Cristóvão 12 x 0 Guarani (4.6.33); c) entre times grandes: Vitória 11 x 0 Botafogo (16.12.34), Botafogo 11 x 1 Fluminense (25.10.36) e Bahia 10 x 2 Vitória (20.11.38).
A Fonte Nova foi construída numa época onde já era consenso o profissionalismo. As goleadas, portanto, se deram entre equipes profissionais, agora não só entre clubes da Bahia ou restritas ao campeonato baiano. Selecionamos aqui aquelas de sete gols em diante. os anos cinquenta as goleadas se deram num torneio amistoso -TA, e no Campeonato Estadual, todas no mesmo ano:
5/03/1953 – Vitória 2 x 8 Flamengo - Adãozinho (3), Índio (2), Paulinho (2), Rubens (FLA); Juvenal, Rui (VIT). TA
15/03/1953 – Bahia 1 x 7 Internacional - Jerônimo (2), Solis (2), Fernandes, Bodinho e Luizinho (INTER); Carlito (BA). TA
25/04/1953 – Bahia 7 x 1 São Cristóvão. CE
Já nos anos 60 se deram unicamente pelo Campeonato Estadual:
07/07/1960- Bahia 10 x 1 São Cristóvão. CE
17/05/1964 Bahia 8-0 Guarani Calazans (2), Valença (2), Raimundo Mário (2), Vevé e Mário. CE
13/12/1964 Galícia 8-0 Guarani Jorge Bassu [4], Enaldo [2], Nelson e Raul. CE
19/6/1966 Vitória 10 x 0 Estrela de Março Tinho [3], Didico [2], Itamar [2], Mágoa, Jorge Bassu e Mundinho. CE
19/5/1968 Bahia 7 x 1 Botafogo (BA) - Adauri [2], Gajé [2], Okada, Félix [contra] e Cipó (BA); Roliço (BOT). CE
Nos anos 70 foram amistosos, jogos pelo Campeonato Estadual e Campeonato Brasileiro-CB:
29/06/1972 – Vitória 2 x 7 Ceará. (Amistoso)
8/02/1976 - Bahia 9x0 Leônico Mickey (5), Douglas (3) e Jésum (Bah). CE
13/04/1977 - Bahia 8x0 Humaitá. CE 
09/06/1977- Vitória 8-0 Humaitá Marciano, Sena (3), Jurandir, Galdino (2) e Neco. CE
02/11/1977 – Bahia 7-0 Vitória-ES - Altimar (2), Freitas (2), Sapatão, Baiaco, Jesum.  CB
25/10/1978 – Bahia 8 x 0 ABB – Douglas (3) Ricardo (3) Washington Luiz e Jesum. CE
                  Massacrando os coitados!
Nos anos 80 foram jogos pelo Nordestão – NOR, e Campeonato Estadual:
22/03/1980 – Vitória 8-1 América-RN Sena (3), Pita (2), Válder, Tatá, Sivaldo (VIT); Tarso (AN). NOR
11/06/1981 - Bahia 9-0 Redenção Gílson Gênio (2), Sena (2), Dario (2), Edinho (2) e Léo Oliveira. CE
05/08/1981 - Bahia 8-1 Leônico Gílson Gênio (2), Sena, Léo Oliveira, Dario (3) e Osni. CE
15/10/1981 - Bahia 7-1 Redenção Sena (2), Gílson Gênio, Careca (2), Catinha e Alípio. CE
06/051982 – Vitória 7 x 2 Redenção. CE
13/07/1983- Bahia 7x0 Bahia de Feira Osni (3), Léo Oliveira (2), Ricardo Silva e Aristeu (Bah). CE
06/04/1988 Bahia 9-0 Atlético (Alagoinhas) Maurício, Osmar (4), Sandro (2), Zé Carlos, Dico. CE
Olhe a cara do goleiro de tanto buscar a bola nas redes!
Nos anos 90 se deram pelo Nordestão e Campeonato Estadual:
09/12/1992 – Vitória 7 x 2 Itabuna. CE
01/03/1998 – Bahia 7 x 0 Fluminense/BA Everton Luís, Uéslei (2), Marquinhos, Róbson Luiz e Guga (2). CE
22/03/1998- Bahia 7 x 1 Galícia Uéslei (4), Everton Luís (2) e Júnior. CE
07/05/1998- Bahia 7 x 1 Fortaleza Edmundo (4), Carlinhos Baiano, Guga e Juninho. NOR
Por último, na última década da Fonte Nova tivemos goleadas pelo Nordestão, Campeonato Brasileiro e Campeonato Estadual:
14/04/2002 – Bahia 10 x 2 Confiança/SE Sérgio Alves, Nonato (4), Kena, Mantena, Accioly, Bebeto Campos e Luís Alberto. NOR
22/10/2003- Bahia 4 - 7 Santos (Didi (2), Cícero, Preto (BA); Robinho (2), Léo, Diego Ribas, William, Fabiano Costa (SAN). CB.
14/12/2003 – Bahia 0 x 7 Cruzeiro/MG Alex (4), Felipe Mello, Mota e Zinho. CB
26/02/2005 - Bahia 10 x 1 Camaçariense/BA Viola (4), Guaru (2), Dill (3) e Neto Potiguar. CE
 
                                                             

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